Na década de 1970, no auge da ditadura militar, sem qualquer consulta, informação ou respeito ao povo Xokleng Laklãnõ, o governo construiu uma Barragem na porta da terra Indígena “Ibirama Laklãnõ”, no alto vale do Itajaí – Santa Catarina, chamada Barragem Norte, que, com mais outras duas barragens, protegeria toda a população não-indígena que se assentou às margens do rio Itajaí nos séculos XIX e XX. Ocorre que a Barragem Norte, a maior das três, destruiu a vida do povo Xokleng Laklãnõ, alagou as terras de várzea, cobriu a aldeias e lavouras existentes, destruiu a fonte da vida que provinha das águas límpidas e piscosas do rio Itajaí do Norte. Foi um desastre geral. Para o povo Xokleng Laklãnõ restou um lago lamacento e podre, que oscila em decorrência das chuvas. Estradas são interrompidas, casas são alagadas, a escola é fechada, famílias ilhadas e nos últimos anos começou desmoronamentos de terra em virtude da oscilação da água. Destruiriam a vida de um povo milenar para proteger a população de Ibirama, Indaial e Blumenau