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Neste documentário, acompanhamos o cotidiano da ativista Indianarae Siqueira, fundadora da Casa Nem, abrigo do Rio de Janeiro voltado para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. Sua militância e vivências pessoais se cruzam com acontecimentos sociais no país, como o avanço do conservadorismo e o aumento das tensões políticas, incluindo o assassinato de sua amiga e companheira de militância, Marielle Franco.

Muitos brasileiros pensam que a escravidão acabou com a assinatura da Lei Áurea, mas as relações de exploração escravista do trabalho perduram até hoje. Estima-se que nesse exato momento existam 369 mil brasileiros vivendo e trabalhando como escravos. Através do testemunho de abolicionistas modernos e de trabalhadores rurais que foram vítimas da escravidão contemporânea, o filme investiga a mentalidade escravagista da sociedade brasileira que remonta a cinco séculos.

O documentário retrata, com riqueza de detalhes e belas imagens do Brasil e da África, a vasta herança cultural trazida pelos povos de origem Bantu (maior número de escravizados no Brasil entre os séculos XVI e XVIII). Estas tradições deram origem à capoeira, ao samba, ao maracatu, ao maculelê entre outras manifestações culturais; à culinária com dendê, às irmandades religiosas, ao candomblé, além da grande influência na língua que falamos, que tanto nos diferencia das outras nações de língua portuguesa. O eixo gravitacional do filme é o Terreiro Mokambo – Onzó Nguzo za Nkizi Dandalunda Ye Tempo (Casa da Força Espiritual das Divindades Dandalunda e Tempo), situado em Salvador, com tradição do Candomblé de nação Congo/Angola, espaço difusor deste legado Bantu na Bahia. A história do legado Bantu no Brasil év contada através de depoimentos de historiadores, adeptos e estudiosos da cultura Bantu, além de pais, mães e filhos de Santo.

A despeito da estagnação jurídica e da aridez do agronegócio no sul de Goiás, a ocupação de uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência se firma em resistência e reinvenção de uma paisagem em disputa. Vó, PC e 600 acampados do MST regam diariamente a utopia de um lugar por vir, em um futuro projetado no horizonte ainda intocável da reforma agrária.

O documentário acompanha duas vidas complicadas. Melissa é uma mãe de 21 anos, é universitária e vive no sudeste paraense. Marcelly, aos 35, está desempregada e mora com a família no interior do Amazonas. Elas são mulheres trans que vivem em pontos distintos da Rodovia Transamazônica, território onde o desenvolvimento prometido nunca chegou.

Sete Conselhos Comunais localizados na Paróquia Sucre, no noroeste de Caracas-Venezuela, decidem se organizar e somar esforços para constituir a “Comuna Altos de Lídice”. Durante um ano foi feito o registro audiovisual das estratégias geradas pela comunidade para conquistar o bem-estar social de todos seus integrantes, em que a força ativa das mulheres tem sido vital para dinamizar aqueles processos de participação e organização. Temas como saúde, recreação e serviços são o ponto de encontro para debater e construir uma forma de autogoverno comunal. Contexto: Venezuela 2019-2020. Seis anos de guerra econômica, bloqueio e sanções estadunidenses têm gerado graves dificuldades na vida cotidiana. Diante de algumas lentidões nas respostas do Estado venezuelano frente a sua população, bairros como os Altos de Lídice reforçam sua organização comunal.